Tive
uma experiência nova neste carnaval, fui convidado pela Escola de
Samba Maçarico para desfilar num carro alegórico representando a
música de Miracema. Aceitei o desafio e mesmo com uma leve febre que
me perseguiu durante todo o carnaval, enfrentei a avenida. No carro,
estava acompanhado por Roberto Ventura, representando os separatistas
e pelo representante das artes plástica, o pintor Bilu que levou
alguns quadros para serem anexados ao carro. Infelizmente o carro não
estava preparado para receber adequadamente os quadros, mas como tudo
se dá um jeitinho, amarramos aqui, furamos ali e eles foram pra
avenida. Dessa experiência tiro algumas lições, a primeira em
relação à humildade do pintor Bilu vendo suas telas serem
perfuradas, pois, no momento era o único jeito de fixá-las ao carro
e, ao mesmo tempo orgulhoso do reconhecimento de seu trabalho. A
segunda é uma constatação de que algo precisa ser feito para
melhorar as condições de desfile das Escolas de Samba, Blocos e
Bois Pintadinhos. A Marechal Floriano não é adequada e não
comporta mais tantos foliões, que mesmo sem querer acabam invadindo
o espaço da avenida destinado aos desfilantes, ao mesmo tempo o fato
de poder pular atrás das baterias dos Bois, Blocos e Escolas é que
faz a festa dos foliões.
Miracema
tem particularidades que fazem seu carnaval ser canibal e devorar
nossos ouvidos com tanta poluição sonora (desnecessária) e ao
mesmo tempo devorar a saudade dos que viveram os carnavais das
marchinhas com a simpática Bandinha Tradição, que desfila sem
nenhuma proteção, correndo o risco de danificar os instrumentos e
em muitos casos os dentes (risos), aliás, a Bandinha Tradição deve
ser mais valorizada, pois ela contribui muito para o canibal carnaval
de Miracema, isso ninguém pode negar...
Carlinhos
Moreira