segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um sonho

Abril de 2011

Era uma manhã de verão e sai para pescar. Não andei mais do que 15 metros para chegar às águas do Santo Antônio, abri o portão dos fundos do quintal e pisei na fina areia a beira d'água, armei os anzóis maiores e com uma varinha de bambuí e “anzol “mosquitinho” ia pegando lambaris, bocarras, mandis e carás. No final da pescaria, peguei uns 50 dos miúdos, dois bagres e uma traíra de mais ou menos 40 centímetros. O almoço estava garantido. À noite, a brisa amenizava o calor, por sorte podíamos deixar as janelas abertas (naquela época ter ar condicionado era para poucos), quantas vezes a janela da frente da casa ficava aberta por toda a madrugada e nem nos preocupávamos com assaltos ou roubos. Naquele tempo brincávamos de pular carniça, jogar finco, bolinha de gude, soltar papagaio, carrinho de rolimã, polícia e ladrão, etc. Tínhamos um campo de aviação com hangar e tudo, onde os Teco-tecos ficavam guardados. A exposição era na rua entre a Oficina do Washingtom e o Expresso Predileto, ali também ficavam os Circos, bem no Lava jato do Zé Lito. Não me esqueço de uma vez que vi um elefante se banhando nas águas do Santo Antônio, bem ali onde hoje é os fundos da Oficina do “Cabritinho”, por incrível que pareça o elefante só ficava com o dorso e a cabeça fora d'água.
Os anos se passaram, Miracema cresceu. O Santo Antônio já não respira como antes, as janelas têm grades, os “Teco-tecos” são caso de polícia, as brincadeiras são virtuais e a Exposição tem mega shows, muitas barracas e quase nenhuma “exposição”.
Eu não sonho em voltar no tempo, mas que o tempo faça Miracema voltar ser a de outrora onde a vida era orgânica e sem os “agrotóxicos” que envenenam toda nossa cultura. É apenas um sonho, isso ninguém pode negar...

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